Martin Schulz diz que Europa está a pedir sacrifícios às pessoas para salvar bancos

Presidente do Parlamento Europeu afirmou ainda que as “pessoas estão a pagar uma crise que não causaram”.

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O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, afirmou em Bruxelas que a Europa está a pedir sacrifícios aos cidadãos “para salvar os bancos”, defendendo que é preciso envolver os parceiros sociais e defender o modelo social europeu.

“Estamos a pedir sacrifícios aos cidadãos, aos pais, para aceitarem salários mais baixos, impostos mais altos e menos serviços. E para quê? Para salvar os bancos. E os filhos estão desempregados. Se não mudarmos isso, se não voltarmos a um tratamento igualitário e justo, as promessas feitas pela Europa não serão cumpridas”, disse Martin Schulz na conferência ‘Um novo começo para o diálogo social’, que decorre hoje em Bruxelas.

Num discurso de cerca de 20 minutos, o presidente do Parlamento Europeu referiu-se em concreto ao desemprego jovem na Grécia e em Espanha, sublinhando que “as pessoas falam de uma geração perdida na Europa” e que, “mesmo os que têm emprego muitas vezes estão presos numa espiral de estágios não remunerados e de contratos de curto prazo”.

Martin Schulz afirmou ainda que “estas pessoas estão a pagar uma crise que não causaram e sentem que não é uma sociedade justa”, destacando que compreende este sentimento e defendendo que esta “geração perdida” não afeta só os jovens, mas também os seus pais, que “investiram a vida toda na educação dos filhos”.

“Se somos capazes de mobilizar milhões de euros para estabilizar o sistema bancário e temos de negociar com 28 chefes de Estado durante meses e meses por causa de seis mil milhões de euros para combater o desemprego… Compreendo os que pensam que isto não é uma sociedade justa”, disse Schulz num discurso em que evidenciou várias vezes a importância do envolvimento dos representantes dos trabalhadores e das empresas na construção de políticas e de reformas estruturais.

Notícia publicada no Diário de Notícias a 5 de março.