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China propõe suspensão do programa nuclear norte-coreano

A China é o principal aliado da Coreia do Norte, mas a insistência de Pyongyang em desenvolver um programa nuclear e de mísseis balísticos resultou num afastamento.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, sugeriu a suspensão do programa nuclear da Coreia do Norte e, ao mesmo tempo, das manobras militares dos Estados Unidos na Coreia do Sul, para “amortecer a crise” na Península.

Usando uma metáfora, Wang Yi falou numa “colisão” na Coreia entre “dois comboios que aceleram um contra o outro sem que nenhum dos dois queira ceder a passagem”.

“A nossa prioridade atual é acender a luz vermelha e travar ambas as partes”, afirmou Wang Yi durante uma conferência de imprensa em Pequim.

A suspensão recíproca de ensaios militares “pode ajudar-nos” a reduzir a tensão e “devolver as partes à mesa de negociações”, com vista a solucionar a questão de fundo do programa nuclear norte-coreano, acrescentou Wang.

A China é o principal aliado da Coreia do Norte, mas a insistência de Pyongyang em desenvolver um programa nuclear e de mísseis balísticos resultou num afastamento de Pequim.

A China suspendeu todas as importações de carvão do país vizinho até ao final do ano, uma importante fonte de divisas estrangeiras para Pyongyang.

Em troca, a China quer que Washington recomece as negociações com a Coreia do Norte, visando aliviar a tensão regional.

Adaptação de notícia publicada no Diário de Notícias a 8 de março

Hungria: ONU denuncia estabelecimento de detenção sistemática de refugiados

O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados diz que a Hungria está a “violar as obrigações a respeito do direito internacional e das normas da União Europeia”.

A reação das Nações Unidas surge depois do parlamento húngaro ter votado o restabelecimento da detenção sistemática, em campos junto à fronteira, de todos os migrantes que entram no país, uma medida que tinha sido abolida em 2013 sob pressão da União Europeia e da ONU.

A porta-voz da agência das Nações Unidas para os Refugiados, Cecile Pouilly, afirma que “na prática, significa que cada requerente de asilo, incluíndo crianças, será detido em contentores cercados de arame farpado, na fronteira, por longos períodos de tempo, com um impacto físico e psicológico terrível para mulheres, crianças e homens que já sofreram bastante”.

Numa cerimónia de entrada em funções de 462 novos guardas-fronteiriços, o primeiro-ministro húngaro defendeu a medida, afirmando que o país está “em estado de sítio”.

Viktor Orban disse que “a crise migratória vai durar até que sejam tratadas as raízes do problema. Vai durar até que seja reconhecido, por todos os lados, que a migração é o cavalo de Tróia do terrorismo”.

A Hungria ergueu em 2015 uma enorme barreira para parar os migrantes nas fronteiras com a Sérvia e a Croácia, depois de ter sido um dos principais países de trânsito dos refugiados que tentavam chegar à Europa Ocidental e, desde então, não tem parado de endurecer a legislação a respeito da imigração.

Adaptação de notícia publicada na Euronews a 8 de março

União Europeia aprovou a criação de um quartel-general

A União Europeia aprovou a criação de um quartel-general para as suas operações militares no estrangeiro. Os Estados-membros podem optar por participar nas missões de forma operacional ou apenas como observadores.

No final da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, em Bruxelas, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, disse sentir-se “muito encorajada pelo facto de termos tomado decisões muito importantes. Há apenas cinco ou seis meses seria impossível imaginar esta situação”.

“Isso mostra que os decisores europeus entenderam que a segurança é uma prioridade para os cidadãos. Obviamente que o ambiente global nos convida a assumir maiores responsabilidades e a maneira de as assumir, nos domínios da defesa e da segurança, é através da União Europeia”, acrescentou Federica Mogherini.

A flexibilidade nesta política tenta acomodar os países mais reticentes quanto à ideia de um futuro exército europeu, tais como Reino Unido, que sempre foi contra o projeto, dizendo que duplica os esforços da NATO.

Mas o Brexit retirou algum do peso ao argumento e há uma maioria de países que defende maior coordenação europeia face às ameaças geopolíticas.

Adaptação de notícia publicada na Euronews a 6 de março

Comissão Europeia lança Corpo Europeu de Solidariedade em Lisboa

No discurso do Estado da União em setembro último, o Presidente Jean-Claude Juncker, convicto de que a solidariedade é o cimento da coesão da Europa, anunciou a criação e os objetivos do Corpo Europeu de Solidariedade: «Existem muitos jovens na Europa, com consciência social, dispostos a dar um contributo significativo à sociedade e a mostrar a sua solidariedade. Nós podemos facultar-lhes a oportunidade de concretizar esses projetos […]. Os jovens de toda a União Europeia poderão assim oferecer-se para ajudar onde for mais necessário e para dar resposta a situações de crise […]».

O Corpo Europeu de Solidariedade vai promover oportunidades concretas de solidariedade para jovens europeus (de 18 a 30 anos) onde mais é necessário e com vários formatos – voluntariado, estágio, trabalho.

O Corpo vai responder às necessidades de comunidades vulneráveis, de estruturas nacionais e locais num vasto leque de temas como alimentação, limpeza de florestas ou integração de refugiados. Ao fomentar a solidariedade, os participantes vão ajudar, aprender, conhecer novas realidades e desenvolver competências essenciais para a sua carreira.

Adaptação de notícia publicada no Portugal2020 a 5 de dezembro

Oceanos em 2050 vão ter mais plástico do que peixes

Fórum considera necessário “uma reformulação total das embalagens e dos plásticos em geral”, bem como a procura de alternativas ao petróleo.

O aumento da utilização de plásticos é de tal forma significativo que em 2050 os oceanos vão ter mais detritos plásticos do que peixes, alertou o Fórum Económico Mundial de Davos.

“O sistema atual de produção, de utilização e de abandono de plásticos tem efeitos negativos significativos: entre 80 mil milhões a 120 mil milhões de dólares (entre 73 mil milhões de euros a 109 mil milhões de euros) em embalagens de plásticos são perdidas anualmente. A par do custo financeiro, se nada mudar, os oceanos terão mais plásticos do que peixes (em peso) até 2050”, indicou um comunicado do fórum, que vai reunir até sábado líderes mundiais e bilionários.

Estas conclusões têm como base um estudo da fundação da reconhecida velejadora britânica Ellen MacArthur, em parceria com a consultora McKinsey.

Segundo o relatório, a proporção entre as toneladas de plástico e as toneladas de peixe registadas nos oceanos era de um para cinco em 2014. Em 2025, será de um para três e em 2050 irá evoluir de um para um.

O fórum considera necessário “uma reformulação total das embalagens e dos plásticos em geral”, bem como a procura de alternativas ao petróleo, a principal matéria para a produção do plástico.

Adaptação de notícia publicada no Diário de Notícias a 20 de janeiro.

Diretora do FMI foi declarada culpada por tribunal francês

Um tribunal especial francês considerou a atual diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) culpada de “séria negligência” no caso de um pagamento estatal a um empresário.

Christine Lagarde, recebeu o veredito de culpada por negligência durante o processo de indemnização estatal pela venda da Adidas a um banco público, em 1994. Na altura, o Estado teve de indemnizar o empresário, próximo de Sarkozy, em 404 milhões de euros, com o argumento de que o banco tinha conseguido um lucro exagerado graças à Adidas.

Contudo, ainda não foi definida qualquer punição. A atual líder do FMI não terá também qualquer registo criminal deste veredito.

Neste caso, também são arguidos,  o seu chefe de gabinete em 2007 e atual presidente da operadora de telecomunicações Orange, Stéphane Richard por cumplicidade.

In SAPO

Israel divulga pedido de clemência do nazi Adolf Eichmann: “Não fui responsável”

“Fui um mero instrumento” e “como tal não me sinto culpado” pelos crimes do Holocausto, escreveu o criminoso de guerra que foi raptado pela Mossad na Argentina.

Dois dias antes da sua morte, por enforcamento, o conhecido criminoso de guerra nazi Adolf Eichmann, que foi capturado por agentes da Mossad na Argentina, tentou evitar a execução entregando um pedido de clemência ao então Presidente de Israel, no qual se descrevia como “um mero instrumento” forçado a cumprir a política de extermínio do regime de Hitler e não um dos arquitectos do Holocausto.

“Não fui eu o responsável e como tal não me sinto culpado”, escreveu Eichmann, para quem o tribunal sobrestimou o seu papel na morte de milhões de pessoas nos campos nazis. “Na sua avaliação da minha personalidade, os juízes cometeram um erro porque foram incapazes de simpatizar com a situação em que eu me encontrei durante anos”, alegou. “Nunca servi com uma patente tão elevada que me permitisse ter poderes de decisão independentes. Nunca dei uma ordem em nome próprio, limitei-me a agir no cumprimento de ordens que me foram dadas”, justificou, num derradeiro protesto da sua inocência.

A declaração, um manuscrito de duas páginas redigidas em alemão, foi divulgada pela primeira vez no dia em que se assinalou o 71º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, consagrado como Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

Notícia publicada no Público a 27 de janeiro.

Bruxelas desbloqueia 1355 milhões de euros para a Ucrânia

A provar o compromisso da União Europeia (UE) em apoiar política e economicamente a Ucrânia, Bruxelas foi palco, esta terça-feira, da assinatura de acordos que vão permitir transferir em breve 1355 milhões de euros para o governo interino de Kiev.

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O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse que a verba vai “ajudar o governo ucraniano a enfrentar as necessidades de estabilização económica a curto prazo e a implementar reformas que promovam um desenvolvimento social e económico inclusivo”.

José Manuel Barroso acrescentou que a UE continua disponível para negociar com a Rússia a resolução da crise, que já levou à anexação da Crimeia e a referendos separatistas em duas outras províncias ucranianas.

Mas o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, realçou que “o senhor presidente diz que é preciso envolver a Rússia – e partilhamos totalmente da sua opinião -, mas parece que a Rússia já está muito envolvida no apoio a manifestantes e terroristas pró-russos. A Rússia não vai conseguir transformar a Ucrânia num Estado falhado!”

A correspondente da euronews em Bruxelas, Natalia Richardson-Vikulina, acrescenta que “a liderança da Ucrânia discutiu ainda com a Comissão Europeia o problema do fornecimento de gás, que também envolve a Rússia. O tema será abordado de novo numa reunião ministerial com as três partes a 16 de maio, em Atenas”.

Publicado na Euronews a 13 de maio de 2014

União Europeia não reconhece o referendo separatista na Ucrânia

Votação no referendo pró-russo ultrapassou os 80% em Lugansk e os 50% em Donetsk.A União Europeia não vai reconhecer os resultados dos “pretensos referendos” sobre a independência de Donetsk e Lugansk promovidos pelos separatistas russos.

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De acordo com a porta-voz da chefe da diplomacia europeia, os “pretensos referendos foram ilegais” e por isso os resultados não vão ser reconhecidos.

Aqueles que organizaram a votação “não têm legitimidade democrática” e a “organização a que pertencem é contrária aos objectivos da declaração conjunta de Genebra que pretende atenuar a tensão”, acrescentou Maja Kocijancic, a porta-voz de Catherine Ashton.

A votação no referendo pró-russo ultrapassou os 80% em Lugansk e os 50% em Donetsk, divulgaram este domingo os activistas pró-russos das duas regiões do
sul da Ucrânia.

“Mais de 50% já votaram na região de Donetsk. Recebemos os dados do distrito Krasnolimanski: ali a participação superou os 70%”, disse aos jornalistas Román Liaguin, chefe da comissão eleitoral da autoproclamada República Popular de Donetsk.

Os votantes destas províncias de Donetsk e Lugansk, onde vivem 7,3 milhões de pessoas, de um total de 46 milhões de habitantes da Ucrânia, estão a ser questionados este domingo sobre se apoiam a criação de duas repúblicas independentes, o que é encarado por muitos como um passo antes de se juntarem à Rússia, como aconteceu com a Crimeia.

Kiev considerou o referendo para a “independência” no leste da Ucrânia uma “farsa criminosa” financiada pelo Kremlin, segundo um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano.

Os resultados são anunciados na segunda-feira, apesar de serem possíveis atrasos por causa dos conflitos na região, que causaram nos últimos dias dezenas de mortos e mais de uma centena de feridos.

Publicado na Rádio Renascença a 11 de maio de 2014

Comissão Europeia cria visto de circulação no espaço Schengen

As novas regras dos vistos para cidadãos de países terceiros vão beneficiar turismo e criação de emprego, diz Bruxelas.

PORTUGAL GREVE DOS PILOTOS DA AVIAÇÃO CIVIL

A Comissão Europeia vai criar um visto de circulação que permitirá aos cidadãos de países terceiros circularem durante um ano dentro do espaço Schengen. O novo visto “irá estimular a actividade económica e a criação de emprego, nomeadamente, no sector do turismo ou em actividades conexas, como as indústrias de transporte e de restauração”, revelou a Comissão numa nota divulgada esta terça-feira.

“A Europa precisa de uma política de vistos mais inteligente”, defendeu a Comissária dos Assuntos Internos, Cecilia Malmström, que quer ver reforçada “a dimensão económica” da  política de vistos comunitária. Além da criação do visto de circulação, Bruxelas quer também reduzir as burocracias, custos e prazos inerentes ao actual sistema de atribuição de vistos.

Um estudo realizado no ano passado pela Direcção-geral de Empresas e Indústria (DGEI) da Comissão Europeia concluiu que, em 2012, a Europa perdeu 6,6 milhões de potenciais viajantes, provenientes dos seis países com mais viajantes (China, Índia, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul e Ucrânia) devido à complexidade do sistema de atribuição de vistos.

Isto implica um prejuízo anual entre 4200 a 12.600 milhões de euros e uma perda de entre 80 mil a 250 mil empregos no espaço Schengen, concluiu a análise da DGEI, destinada a aferir o impacto da introdução de vistos de curta duração no sector do turismo. A conclusão é que a criação de mecanismos mais flexíveis poderia aumentar em cerca de 30% a 60% o número de viagens à Europa dos cidadãos dos seis países referenciados, gerando despesas directas no valor de 130.000 milhões de euros num período de cinco anos.

Além deste aumento do consumo (alojamento, alimentação e bebidas, transportes, entretenimento e compras, entre outros), a flexibilização do sistema de vistos conduziria à criação de 1,3 milhões de empregos no sector do turismo e outros sectores conexos, concluiu o estudo.

A alteração à política de vistos irá “ajudar a indústria europeia do turismo a fazer face ao considerável aumento do fluxo de turistas esperado”, afirmou o vice-presidente da Comissão Europeia Antonio Tajani, que vê no sector “o motor de crescimento da Europa”.

Além dos turistas, o visto de curta duração beneficiará também os artistas que realizam espectáculos ao vivo e que viajam pelo espaço Schengen por período longos e os investigadores e estudantes que querem passar mais tempo na Europa, considera Bruxelas.

O novo visto poderá ser prorrogado por um período máximo de dois anos, desde que o requerente não permaneça mais de 90 dias num mesmo Estado Membro, por cada período de 180 dias.

As propostas apresentadas esta terça-feira, de reformulação do regulamento sobre o Código de Vistos da União Europeia e criação do visto de circulação, têm agora que ser aprovadas pelo Conselho da União Europeia e pelo Parlamento Europeu, o que deverá ter lugar no início de 2015.

Quando estas entrarem em vigor, as alterações vincularão todos os Estados Membros da UE que aplicam a política comum de vistos do espaço Schengen, assim como os quatro Estados associados (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça). Esta é uma política da qual estão excluídos Bulgária, Croácia, Irlanda, Chipre, Roménia e Reino Unido.

Publicado no P3 a 01 de abril de 2014