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Benfica é recordista de finais europeias perdidas

Equipa da Luz perdeu a oitava final europeia consecutiva e continua com o palmarés resumido às conquistas com Belá Guttmann, na década de 60.

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O Benfica perdeu nesta quarta-feira a sua oitava final europeia consecutiva, depois dos triunfos na Taça dos Campeões Europeus de 1960/61 e 61/62, caindo pela segunda vez no desempate por grandes penalidades. O clube da Luz, após a derrota frente ao Sevilha, reforçou o estatuto de clube europeu com mais finais perdidas consecutivas (a Juventus também perdeu oito, mas não consecutivas, e tem oito títulos europeus).

A formação “encarnada” começou da melhor maneira, com triunfos frente a Barcelona (3-2) e Real Madrid (5-3), mas, depois disso, jamais arrebatou qualquer troféu, vítima, segundo a “lenda”, da “maldição” de Belá Guttmann, o treinador nos dois títulos.

Depois de deixar a Luz, o húngaro, a quem foi erguida uma estátua já no decorrer desta época (só depois de, curiosamente, o FC Porto o ter feito no seu museu), disse que o Benfica jamais voltaria a ser campeão europeu sem ele e, volvidos mais de 50 anos, os “encarnados” continuam “apenas” com dois troféus europeus e já com uma “imensidão” de oito finais perdidas. A Liga Europa, é certo, não quebraria a “maldição” – é um título europeu, mas não conferiria ao Benfica o estatuto de campeão europeu que a Liga dos Campeões oferece -, mas o desalento volta a apoderar-se da massa adepta encarada.

O Benfica não foi feliz pós Guttmann, mas foi-o claramente na primeira final com o húngaro, em 1960/61, num triunfo sofrido frente ao Barcelona (3-2), em Berna, depois de ter estado a perder.

Na época seguinte, os “encarnados” foram “gigantes” diante do Real Madrid, em Amesterdão, onde estiveram a perder por 2-0 (“bis” de Ferenc Puskas, que ainda fez o 2-3) e venceram por 5-3, como José Águas e Coluna a repetir os golos do ano anterior e o “miúdo” Eusébio a resolver, com um “bis”.

Com Fernando Riera em vez de Guttmann, o Benfica, então bicampeão em título, era favorito na final de 1962/63 e esteve a vencer, com um golo de Eusébio, mas um “bis” de Altafini, na segunda metade, deu o título ao AC Milan, em Wembley (1-2).

O Benfica falhou a final de 1963/64, mas voltou na época seguinte, para jogar fora, com o Inter de Milão, em Itália onde um golo de Jair, aos 42 minutos, decidiu (0-1) um jogo que os “encarnados” jogaram com apenas 10 desde os 57′, por lesão do guarda-redes Costa Pereira. Não havia substituições.

A década de 60 ainda teve uma quinta final, em 1967/68. Em Wembley, perto de casa, o Manchester United marcou primeiro, mas Jaime Graça empatou e, com o fim à vista, Eusébio falhou uma oportunidade daquelas que “nunca” falhava. No prolongamento, os ingleses, de George Best, marcaram três golos de “rajada”.

Quinze anos volvidos, em 1982/83, o Benfica chegou à final da Taça UEFA, mas, frente a um poderoso Anderlecht, perdeu por 1-0 em Bruxelas e, em casa, depois de sonhar, com um golo de Shéu, caiu aos pés de Lozano (1-1), que “gelou” a Luz.

A sétima final, e sexta na Taça dos Campeões, aconteceu em 1987/88 e, frente ao PSV Eindhoven, base da Holanda campeã europeia em 1988, o troféu decidiu-se nos penáltis. O “onze” de Toni marcou os cinco primeiros, mas, ao sexto, Janssen manteve o pleno na baliza de Silvino, enquanto Veloso falhou.

Os “encarnados” voltaram em 1989/90, mas, frente a um “super” AC Milan, dos holandeses Rijkaard (autor do único golo do encontro), Gullit e Van Basten, mais uma série de “estrelas”, como Maldini, Baresi ou Ancelotti, voltou a perder.

Vinte e três anos depois, o Benfica disputou a final da Liga Europa, frente ao então detentor do título europeu, o Chelsea, e voltou a cair (1-2), desta vez de forma “cruel”, com um golo aos 90+3 minutos, de Ivanovic.

Hoje, em Turim, repetiu-se a história de há 28 anos, com o PSV (com as devidas diferenças entre Liga dos Campeões e Liga Europa, prova de segunda linha do futebol europeu), já que não se marcaram golos durante 120 minutos e, depois, a equipa “encarnada” caiu nos penáltis (2-4), sendo que, desta vez, foram Cardozo e Rodrigo a falhar.

Publicado no Diário de Notícias a 15 de maio de 2014

Jessica Augusto eleita a melhor atleta europeia de abril

O sexto lugar obtido por Jessica Augusto na última Maratona de Londres valeu à fundista portuguesa a escolha como atleta europeia do mês de abril, ficando desde já nomeada para a lista global de 2014.

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A escolha foi feita pela Associação Europeia de Atletismo, através de uma votação ponderada entre seguidores no Facebook, jornalistas desportivos registados no site da organização e um painel de especialistas escolhidos pela entidade que supervisiona o atletismo europeu.

Em Londres, a 13 de abril, Jessica foi sexta e melhor europeia, com 2:24.25 horas, marca que representa o terceiro melhor registo europeu de 2014 (também recorde pessoal) e a coloca como uma das favoritas para os Campeonatos da Europa.

Em segundo lugar, ficou a checa Anezka Drahotová, campeã europeia júnior de 10.000 metros marcha no ano passado, de apenas 19 anos, e em terceiro a polaca Patrycja Wyciszkiewicz, campeã europeia júnior de 400 metros – ambas com grandes marcas no mês de abril.

A votação masculina foi dominada pelo veterano lituano Virgilijus Alekna (42 anos), duplo campeão olímpico do lançamento do disco, à frente do inglês Greg Rutherford, campeão olímpico do salto em comprimento, e do jovem decatlonista estónio Maicel Uibo, igualmente por marcas de grande qualidade em “meetings” do último mês.

Com a eleição de melhor atleta feminina do mês de abril, a maratonista portuguesa irá figurar na lista dos nomeados para melhor atleta europeu do ano 2014, votação igualmente promovida pela Associação Europeia de Atletismo. Até agora, já estavan nomeadas a croata Sandra Perkovic (disco), a ucraniana Olha Saladuha (triplo) e a holandesa Nadine Broersen (pentatlo). O checo Pavel Maslak (400 metros) e o francês Renaud Lavillenie (vara), este com duas nomeações, integram a lista masculina.

Publicado no Record a 13 de maio de 2014

Supertaça europeia disputa-se a 12 de agosto em Cardiff

A Supertaça europeia de futebol, disputada entre as equipas vencedoras das Ligas dos Campeões e da Europa, vai realizar-se em 12 de agosto, em Cardiff, anunciou esta segunda-feira o diretor da federação galesa da modalidade.

“Será a primeira vez que um encontro jogado sob a égide da UEFA se realiza na nossa capital (Cardiff) e estamos convictos de que não será a última”, sublinhou o diretor da Federação Galesa de Futebol (FAW), Jonathan Ford.

O pontapé de saída será dado às 19:45, no estádio da equipa de futebol do Cardiff, que alinha na I Liga inglesa, e que não deve ser confundido com o Millennium, utilizado pela formação de râguebi.

Na Supertaça europeia de 2013, disputada em Praga, o Bayern de Munique venceu o Chelsea no desempate por pontapés da marca da grande penalidade (5-4), após empate 2-2 nos 120 minutos regulamentares.

Publicado em UEFA  a 17 de fevereiro de 2014

Portugal conhece adversários para fase de qualificação do Euro2016

A seleção portuguesa vai defrontar Dinamarca, Sérvia, Arménia e Albânia no Grupo I de qualificação para o Campeonato da Europa de futebol de 2016, que vai ser disputado em França. A equipa das “quinas”, uma das nove cabeças-de-série no sorteio hoje realizado em Nice, ficou integrada no único agrupamento com cinco equipas, pelo que vai disputar dois jogos particulares com França, já qualificada para a fase final.

As 53 seleções sorteadas, divididas por nove agrupamentos, vão disputar, entre setembro e outubro de 2015, as 23 vagas para o primeiro Europeu com 24 equipas.

Os dois primeiros classificados de cada grupo e o melhor terceiro qualificam-se diretamente para a fase final, a disputar entre 10 de junho e 10 de julho de 2016, enquanto os restantes oito terceiros vão disputar os “play-offs”, em novembro de 2015.

Publicado em RTP a 23 de fevereiro de 2014

Futebolistas lusos entre mais requisitados na Europa

Portugal é uma das nações com mais representantes nos principais campeonatos europeus de futebol. Os jogadores portugueses estão entre os mais “requisitados” dentro da Europa, o que garante ao país a sexta posição num “ranking” liderado pelo Brasil.

A conclusão é do estudo anual elaborado pelo Observatório do Futebol e dado a conhecer esta segunda-feira. Segundo o “Estudo Demográfico” incluído no relatório, havia, em Outubro de 2013, 152 futebolistas portugueses a atuar em clubes estrangeiros, um número que coloca Portugal a par da Alemanha na lista dos mais representados no Velho Continente.

Embora se tenha verificado um ligeiro decréscimo face ao ano anterior – na época passada, eram 169 os portugueses a jogar por emblemas europeus -, os atletas nacionais continuam a estar entre os mais apreciados, sendo apenas “ultrapassados” pelos jogadores brasileiros (471), franceses (306), sérvios (211), argentinos (196) e espanhóis (178).

De realçar que a primeira liga do Chipre é a que conta com um maior número de portugueses: no total, atuam no campeonato cipriota 37 futebolistas lusos, o equivalente a quase um quarto do total de “emigrantes”, apesar de este número ter também ficado aquém do máximo verificado na época passada naquele país (67).

 Publicado em Boas Notícias  a 21 de janeiro de 2014

Schumacher na primeira curva do circuito do Bahrein

O Circuito Internacional do Bahrein anunciou que vai batizar a primeira curva da pista com o nome do alemão Michael Schumacher, em homenagem ao sete vezes campeão do mundo de Fórmula 1, que se encontra em coma há dois meses.

Esta homenagem irá realizar-se no próximo dia 6 de abril, data em que se comemora o décimo aniversário do Grande Prémio do Bahrein, cuja primeira edição, em 2004, foi ganha por Schumacher.De acordo com um comunicado dos organizadores, Schumacher ajudou no desenvolvimento inicial do circuito, em que ofereceu os seus conhecimentos para o desenho do traçado.

A porta-voz da família de Michael Schumacher, Sabine Kehm, agradeceu o gesto e afirmou que o antigo piloto de Fórmula 1 vai gostar muito da ideia, uma vez que é um “reconhecimento da sua paixão pelo desporto”.

Esta não é a primeira vez que o alemão dá nome a uma curva de um traçado de automobilismo. O Nurburgring, na Alemanha, foi o primeiro a batizar o “S” (8/9) com o nome de Schumacher, em 2007.

Michael Schumacher está há dois meses em coma, depois de ter sofrido um acidente de esqui nos Alpes franceses, no passado 29 de dezembro.

Publicado em O Jogo a 02 de março de 2014

UEFA ajuda futebol feminino finlandês

O futebol feminino na Finlândia está a dar importantes passos graças a um inovador projecto financiado pela UEFA, através do qual antigas futebolistas ajudam a preparar as suas sucessoras.

O Programa de Desenvolvimento do Futebol Feminino da UEFA contribuiu decisivamente para o andamento de um inovador novo projecto na Finlândia.

A decorrer desde 2011, o programa “Treinadora-Jogadora” tem ajudado o futebol feminino a desenvolver-se, com antigas futebolistas a oferecerem a sua vasta experiência no treino e desenvolvimento de jovens jogadoras. As lendárias ex-internacionais Laura Österberg Kalmari, que vestiu 130 vezes a camisola da selecção principal do seu país, Anne Mäkinen e Jessica Julin, ambas com 116 jogos pela Finlândia, decidiram, depois de terminarem as respectivas carreiras como futebolistas, assegurar-se de que a sua enorme experiência não era desperdiçada pelo futebol feminino finlandês.

Financiado a 100 por cento pelo Programa HatTrick da UEFA, que ajuda as federações nacionais de futebol europeias, o novo projecto “Treinadora-Jogadora” ofereceu às três antigas futebolistas a possibilidade de se manterem ligadas à modalidade. Todas elas passaram a colaborar com as selecções nacionais finlandesas, fazendo a ligação entre jogadoras e treinadoras como um elemento extra dentro da estrutura da equipa.

“A ideia passa por usar a experiência de futebolistas de topo em benefício do futebol finlandês”, explica o seleccionador Andrée Jeglertz. “Queremos mantê-las ligadas ao futebol, servindo de exemplo às jogadoras mais jovens.”

Mäkinen foi a primeira ex-futebolista a abraçar o projecto, com Österberg Kalmari e Julin a juntarem-se mais tarde, trabalhando também com as selecções femininas mais jovens. “Penso que tem sido positivo para todos”, explicou Jeglertz. “As treinadoras-jogadoras mantêm-se em contacto com as futebolistas e servem de elo de ligação entre estas e a equipa técnica. Com a sua experiência, são extremamente importantes para as novas futebolistas e, ao mesmo tempo, mantêm-se junto da modalidade que tanto amam. As outra futebolistas dão-lhes um enorme valor.”

O papel de “Treinadora-Jogadora” é, intencionalmente, bastante flexível, podendo sempre adequar a sua função à situação com a qual se deparam. “Não tem de ser um papel totalmente definido. A ‘Treinadora-Jogadora’ está presente e isso, só por si, é já uma ajuda”, reflecte Jeglertz, antes de oferecer um exemplo.

“Tivemos uma futebolista, ainda muito jovem que estava a pensar deixar a modalidade. Mas, depois de uma longa conversa com a Jessica Julin, acabou por mudar de ideias. Não é fácil para um treinador saber aquilo que uma jogadora pensa ou sente. A ‘Treinadora-Jogadora’ coloca-se na posição da futebolista com maior facilidade.”

O projecto tem-se revelado um êxito e Jeglertz considera que este nunca teria arrancado sem o apoio do Programa HatTrick da UEFA. “Não seria possível. Somos um país pequeno, ainda com muitos desafios pela frente, e a UEFA ofereceu-nos esta fantástica possibilidade de arrancarmos com algo deste género.”

Jeglertz destaca que o projecto “Treinadora-Jogadora” terá de tornar-se num processo normal. “Cabe-nos, agora, dar o próximo passo e assegurar que envolvemos mais antigas futebolistas do que as três actualmente envolvidas. Várias futebolistas de grande experiência vão, naturalmente, retirar-se nos próximos anos e teremos de saber aproveitar os seus vastos conhecimentos e experiências, mantendo-as ligadas ao futebol.”

As três primeiras “Treinadoras-Jogadoras” foram as pioneiras. E, no futuro, o papel das antigas jogadores pode ser praticamente qualquer um dentro do mundo do futebol. E, para além disso, o envolvimento de mulheres não terá sequer de partir de largos anos de prática da modalidade ao mais alto nível. Há, por exemplo, jogadoras que são forçadas a deixar os relvados ainda bastante jovens, devido a lesões, e faz também parte dos planos da federação finlandesa incluí-las neste projecto.

“Estamos a trabalhar nisso”, confirma Jeglertz. “Estamos a tentar perceber de que forma usar estas jogadoras em prol do futebol finlandês, talvez como tutoras de jovens jogadoras a nível distrital e regional. É evidente que estamos a transformar este projecto num processo que se continuará a desenvolver ao longo dos próximos anos.”

E o que espera Jeglertz para esses próximos anos? “Contamos ter um programa que ofereça a todas as jogadoras internacionais que se retirem a possibilidade de continuarem ligadas ao futebol – e não só jogadoras internacionais, mas também jogadoras de clubes finlandeses.” Um projecto admirável, que parece destinado a trazer vastos benefícios ao futebol finlandês no futuro.

Publicado em UEFA a 05 de março de 2014