Arquivo mensal: Maio 2014

Antigas “glórias” do Benfica confiantes para a final

Antigos jogadores do Benfica, convidados para assistir à final em Turim, demonstraram confiança na conquista da competição europeia.

ng3235572

Entre os muitos adeptos que se deslocaram a Turim, de modo a assistir à final da Liga Europa, encontram-se alguns rostos bem conhecidos, como José Eduardo Moniz, “vice” do clube”, Humberto Coelho, Simões e Valdo. Os antigos jogadores encarnados mostraram-se todos confiantes na vitória final.

O vice-presidente do Benfica, José Eduardo Moniz, expressou o seu desejo em regressar a Portugal com a Taça. “Temos de marcar mais golos que eles”, indicou, antes de parabenizar a equipa pela “época brilhante”

Humberto Coelho, vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e antigo defesa-central das águias, relembrou que sempre que o Benfica disputou uma final europeia frente a equipas espanholas (1961 com o Real Madrid e 1962 com o Barcelona) a sorte sorriu aos encarnados. “Não há duas sem três”, disse, visivelmente bem-disposto.

O irrequieto extremo António Simões, vencedor de duas Taças dos Campeões Europeus pelo Benfica, aconselhou prudência à equipa de Jorge Jesus, que considera levar uma “pequenina vantagem”. “O Benfica tem de ser prudente sem deixar de ser ambicioso”, concluiu.

Diamantino Miranda e Valdo mostraram-se “otimistas” com uma equipa encarnada “com todas as condições para vencer”. “O Benfica atravessa grande momento”, reconheceu o jogador brasileiro.

Por último, Ricardo Gomes, defesa brasileiro que venceu dois campeonatos pelo Benfica, “afastou” o fantasma da final do ano passado e avisou que na “final não há favoritos”.

Publicado no Diário de Notícias a 14 de maio de 2014

Do jogo de estreia a uma final europeia

Sevilha e Benfica reencontram-se 57 anos depois do único embate europeu entre os dois clube. O jogo de 1957 marcou a estreia de ambos nas provas da UEFA, o desta quarta-feira promete a taça da Liga Europa.

ng3233317

Turim assinala o reencontro entre dois emblemas com laços históricos, mas que, de certa forma, perderam o contacto ao longo dos anos. Em 1957, Sevilha e Benfica cumpriram ambos a sua estreia nas competições europeias e logo um contra o outro.

O estádio de Nervión, a ‘casa’ do clube andaluz até 1958, foi o palco dessa partida, referente à primeira mão da ronda preliminar da Taça dos Clubes Campeões Europeus, na qual os espanhóis venceram por 3-1. O dia de 19 de setembro de 1957 tornava-se a partir daí uma efeméride a unir para sempre Sevilha e Benfica, se bem que apenas os espanhóis tenham guardado boas memórias.

Os golos de Pahuet, Iborra e Pepillo anularam o tento de honra encarnado da autoria de Francisco Palmeiro, construindo uma vantagem segura e defendida com sucesso no desafio da segunda mão, uma semana mais tarde, com um nulo em Lisboa. A formação de Otto Glória não conseguiu inverter o rumo da eliminatória, apesar de o Benfica contar então nas suas fileiras com os ‘históricos’ José Águas, Mário Coluna, Ângelo ou Cavém, entre outros.

O Benfica despedia-se assim rapidamente da sua primeira aparição no ‘Velho Continente’, enquanto o Sevilha, comandado pelo técnico Satur Grech, seria afastado nos quartos de final pelo poderoso Real Madrid, que seguia na rota de mais um título europeu. Porém, os andaluzes não se esqueceram dos encarnados e imortalizaram o símbolo do Benfica no enorme mosaico que preenche a fachada do atual recinto do clube, o Ramón Sánchez Pizjuán.

O desfecho da eliminatória entre Sevilha e Benfica não seria um reflexo do que se seguiria, pois o período áureo dos encarnados chegou poucos anos depois, fruto das conquistas europeias de 1961 e 1962 e ainda com as finais perdidas de 1963, 1965 e 1968. Já o Sevilha teve de esperar pelo início do século XXI para atingir a ribalta europeia, com as vitórias na Taça UEFA de 2006 e 2007 e ainda a Supertaça Europeia de 2006.

Desde 1957 que os dois clubes não voltaram a jogar. Contudo, tal como no primeiro duelo, também este promete ser um embate histórico. A final da Liga Europa, em Turim, no dia 14 de maio, será uma data para recordar entre os adeptos de Sevilha e Benfica, já que os primeiros querem manter o pleno de vitórias nas finais e os segundos querem acabar com um jejum que perdura desde 1962. A cidade dos Alpes italianos será o cenário da resposta aos anseios de ambos…

Publicado no Sapo a 14 de maio de 2014

Benfica é recordista de finais europeias perdidas

Equipa da Luz perdeu a oitava final europeia consecutiva e continua com o palmarés resumido às conquistas com Belá Guttmann, na década de 60.

ng3237140

O Benfica perdeu nesta quarta-feira a sua oitava final europeia consecutiva, depois dos triunfos na Taça dos Campeões Europeus de 1960/61 e 61/62, caindo pela segunda vez no desempate por grandes penalidades. O clube da Luz, após a derrota frente ao Sevilha, reforçou o estatuto de clube europeu com mais finais perdidas consecutivas (a Juventus também perdeu oito, mas não consecutivas, e tem oito títulos europeus).

A formação “encarnada” começou da melhor maneira, com triunfos frente a Barcelona (3-2) e Real Madrid (5-3), mas, depois disso, jamais arrebatou qualquer troféu, vítima, segundo a “lenda”, da “maldição” de Belá Guttmann, o treinador nos dois títulos.

Depois de deixar a Luz, o húngaro, a quem foi erguida uma estátua já no decorrer desta época (só depois de, curiosamente, o FC Porto o ter feito no seu museu), disse que o Benfica jamais voltaria a ser campeão europeu sem ele e, volvidos mais de 50 anos, os “encarnados” continuam “apenas” com dois troféus europeus e já com uma “imensidão” de oito finais perdidas. A Liga Europa, é certo, não quebraria a “maldição” – é um título europeu, mas não conferiria ao Benfica o estatuto de campeão europeu que a Liga dos Campeões oferece -, mas o desalento volta a apoderar-se da massa adepta encarada.

O Benfica não foi feliz pós Guttmann, mas foi-o claramente na primeira final com o húngaro, em 1960/61, num triunfo sofrido frente ao Barcelona (3-2), em Berna, depois de ter estado a perder.

Na época seguinte, os “encarnados” foram “gigantes” diante do Real Madrid, em Amesterdão, onde estiveram a perder por 2-0 (“bis” de Ferenc Puskas, que ainda fez o 2-3) e venceram por 5-3, como José Águas e Coluna a repetir os golos do ano anterior e o “miúdo” Eusébio a resolver, com um “bis”.

Com Fernando Riera em vez de Guttmann, o Benfica, então bicampeão em título, era favorito na final de 1962/63 e esteve a vencer, com um golo de Eusébio, mas um “bis” de Altafini, na segunda metade, deu o título ao AC Milan, em Wembley (1-2).

O Benfica falhou a final de 1963/64, mas voltou na época seguinte, para jogar fora, com o Inter de Milão, em Itália onde um golo de Jair, aos 42 minutos, decidiu (0-1) um jogo que os “encarnados” jogaram com apenas 10 desde os 57′, por lesão do guarda-redes Costa Pereira. Não havia substituições.

A década de 60 ainda teve uma quinta final, em 1967/68. Em Wembley, perto de casa, o Manchester United marcou primeiro, mas Jaime Graça empatou e, com o fim à vista, Eusébio falhou uma oportunidade daquelas que “nunca” falhava. No prolongamento, os ingleses, de George Best, marcaram três golos de “rajada”.

Quinze anos volvidos, em 1982/83, o Benfica chegou à final da Taça UEFA, mas, frente a um poderoso Anderlecht, perdeu por 1-0 em Bruxelas e, em casa, depois de sonhar, com um golo de Shéu, caiu aos pés de Lozano (1-1), que “gelou” a Luz.

A sétima final, e sexta na Taça dos Campeões, aconteceu em 1987/88 e, frente ao PSV Eindhoven, base da Holanda campeã europeia em 1988, o troféu decidiu-se nos penáltis. O “onze” de Toni marcou os cinco primeiros, mas, ao sexto, Janssen manteve o pleno na baliza de Silvino, enquanto Veloso falhou.

Os “encarnados” voltaram em 1989/90, mas, frente a um “super” AC Milan, dos holandeses Rijkaard (autor do único golo do encontro), Gullit e Van Basten, mais uma série de “estrelas”, como Maldini, Baresi ou Ancelotti, voltou a perder.

Vinte e três anos depois, o Benfica disputou a final da Liga Europa, frente ao então detentor do título europeu, o Chelsea, e voltou a cair (1-2), desta vez de forma “cruel”, com um golo aos 90+3 minutos, de Ivanovic.

Hoje, em Turim, repetiu-se a história de há 28 anos, com o PSV (com as devidas diferenças entre Liga dos Campeões e Liga Europa, prova de segunda linha do futebol europeu), já que não se marcaram golos durante 120 minutos e, depois, a equipa “encarnada” caiu nos penáltis (2-4), sendo que, desta vez, foram Cardozo e Rodrigo a falhar.

Publicado no Diário de Notícias a 15 de maio de 2014

Jessica Augusto eleita a melhor atleta europeia de abril

O sexto lugar obtido por Jessica Augusto na última Maratona de Londres valeu à fundista portuguesa a escolha como atleta europeia do mês de abril, ficando desde já nomeada para a lista global de 2014.

ng2060251

A escolha foi feita pela Associação Europeia de Atletismo, através de uma votação ponderada entre seguidores no Facebook, jornalistas desportivos registados no site da organização e um painel de especialistas escolhidos pela entidade que supervisiona o atletismo europeu.

Em Londres, a 13 de abril, Jessica foi sexta e melhor europeia, com 2:24.25 horas, marca que representa o terceiro melhor registo europeu de 2014 (também recorde pessoal) e a coloca como uma das favoritas para os Campeonatos da Europa.

Em segundo lugar, ficou a checa Anezka Drahotová, campeã europeia júnior de 10.000 metros marcha no ano passado, de apenas 19 anos, e em terceiro a polaca Patrycja Wyciszkiewicz, campeã europeia júnior de 400 metros – ambas com grandes marcas no mês de abril.

A votação masculina foi dominada pelo veterano lituano Virgilijus Alekna (42 anos), duplo campeão olímpico do lançamento do disco, à frente do inglês Greg Rutherford, campeão olímpico do salto em comprimento, e do jovem decatlonista estónio Maicel Uibo, igualmente por marcas de grande qualidade em “meetings” do último mês.

Com a eleição de melhor atleta feminina do mês de abril, a maratonista portuguesa irá figurar na lista dos nomeados para melhor atleta europeu do ano 2014, votação igualmente promovida pela Associação Europeia de Atletismo. Até agora, já estavan nomeadas a croata Sandra Perkovic (disco), a ucraniana Olha Saladuha (triplo) e a holandesa Nadine Broersen (pentatlo). O checo Pavel Maslak (400 metros) e o francês Renaud Lavillenie (vara), este com duas nomeações, integram a lista masculina.

Publicado no Record a 13 de maio de 2014

Conchita Wurst, “a senhora de barba”, venceu o festival da Eurovisão

Áustria à frente da Holanda e da Suécia. Conchita Wurst, da Áustria, venceu a 59.ª edição do Festival Eurovisão, recolhendo 290 pontos, à frente dos candidatos da Holanda (238 pontos) e da Suécia (218).

ng3232702

Tom Neuwirth, agora Conchita Wurst, apresentou-se em palco com cabelo comprido, vestido e barba, convencendo o júri com a interpretação da canção Rise Like a Phoenix.

“Esta noite é dedicada a todos os que acreditem num futuro de paz e liberdade. Somos unidade e somos imparáveis”, disse Conchita Wurst, ao receber o troféu. A figura deste travesti de 25 anos tinha causado polémica e críticas, especialmente no Leste da Europa.

Esta é apenas a segunda vez que a Áustria vence o festival da Eurovisão, a primeira aconteceu em 1966.

Conchita Wurst foi seguida na classificação pelo duo holandês Common Linnets, que levou ao concurso “Calm After The Storm”, e pela Suécia, representada Sanna Nielsen e o tema “Undo”, que ficou em terceiro lugar.

Após a vitória, Wurst disse em conferência de imprensa que o “seu sonho se tornou realidade” e que a sua participação na Eurovisão lhe mostrou que “há pessoas por aí que querem o caminho do futuro e continuar, não a andar para trás ou a pensar no passado”.

O austríaco recebeu muitos aplausos durante o concurso mas também muitas críticas, tendo mesmo sido lançadas petições online na Bielorrússia, Arménia e Rússia para que os excertos da sua participação fossem retirados ou editados quando exibidos nas televisões nacionais.

A organização da edição deste ano do festival, assegurada pela Dinamarca, declarou a tolerância como o tema principal do evento. Nas ruas de Copenhaga foram colocadas várias bandeiras arco-íris, símbolo do orgulho gay, durante a última semana.

Além da controvérsia criada em torno de Conchita Wurst, a Eurovisão ficou ainda marcada por uma questão política, com a Rússia de um lado e a Ucrânia do outro. Não terão havido quaisquer atritos entre as gémeas russas Tolmachevy e a ucraniana Mariya Yaremchuk, mas a sua participação ficou marcada pela actual crise na região.

Durante as suas actuações, as irmãs Tolmachevy receberam em alguns momentos apupos de membros do público, o que levantou dúvidas sobre se a classificação russa seria afectada pela anexação da Crimeia por Moscovo e pela posição anti-gay que recentes decisões governamentais têm assumido a partir do Kremlin.

Na atribuição de pontos pela Ucrânia, as gémeas ficaram em terceiro lugar, atrás da Polónia (em primeiro) e da Arménia (em segundo). Já a Rússia, colocou a Ucrânia na terceira posição e a Bielorrússia e Azerbaijão nos primeiros lugares – são países habitualmente aliados da Rússia, quer na Eurovisão quer no campo político. Na classificação geral, a Ucrânia ficou em sexto e a Rússia em sétimo.

A controvérsia subiu de tom depois da organização do festival ter decidido que os votos da Crimeia seriam contados como votos da Ucrânia, por causa nos códigos telefónicos nacionais.

Publicado no Público a 10 de maio de 2014

Bacalhau de cura tradicional portuguesa reconhecido como ETG

A Comissão Europeia aprovou o pedido de inclusão na lista das especialidades tradicionais garantidas do «Bacalhau de Cura Tradicional Portuguesa», bacalhau da espécie Gadus morhua, pescado no Atlântico Norte, posteriormente seco e salgado segundo uma técnica tradicional praticada desde o século XIV em Portugal.

ng1294245

O «Bacalhau de Cura Tradicional Portuguesa» junta-se assim a uma lista de mais de 1.200 produtos já protegidos, disponível na base de dados DOOR.

Publicado no Diário Digital a 24 de abril de 2014

Carrilhões de Mafra entre os sete monumentos mais ameaçados da Europa

Os carrilhões do Palácio-Convento de Mafra, no distrito de Lisboa, estão entre os sete monumentos mais ameaçados da Europa, anunciou hoje, em Viena, a organização Europa Nostra.

PORTUGAL CONVENTO DE MAFRA

Os outros seis monumentos selecionados são a Maquinaria de Cena do Teatro Bourla em Antuérpia, na Bélgica, os bairros de Dolcho e Apozari, em Castória, na Grécia, a Cidadela de Alessandria, em Itália, as igrejas de madeira na Transilvânia do sul e no norte da Oltenia, na Roménia, o bairro de habitações coloridas em Chernyakhovsk, na Rússia, e a sinagoga de Subótica, na Sérvia.

“Estas joias do património cultural da Europa estão em sério perigo, algumas devido à falta de fundos ou competência técnica, outras devido a planeamento inadequado. Medidas urgentes são necessárias e serão organizadas ações de resgate durante e depois do verão e propostos planos até ao final do ano”, indicou em comunicado o Centro Nacional de Cultura (CNC), que representa a organização Europa Nostra em Portugal.

Referindo-se aos carrilhões de Mafra, o presidente do CNC, Guilherme d`Oliveira Martins afirmou, citado na nota, que este “é o reconhecimento do valor excecional do património português”.

A “lista é a chave para a sensibilização do património em perigo na Europa”, referiu em comunicado Denis de Kergorlay, presidente executivo da Europa Nostra.

O responsável referiu que esta lista é um apelo à ação e que, além destes sete monumentos e sítios, há inúmeros tesouros em perigo por todo o continente.

“As partes interessadas, públicas e privadas, a nível local, nacional e europeu, são convidadas a unir-se para salvar os monumentos e sítios que contam a nossa história partilhada e que não devem ser perdidos por gerações futuras”, incitou Kergolay.

“Queremos também sublinhar que cuidar do nosso património comum é um investimento decisivo na sociedade e no crescimento económico da Europa”, sublinhou o responsável.

O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, afirmou no passado dia 12 de março, no parlamento, que o Museu da Música ia ser alojado no Palácio Nacional de Mafra e que os carrilhões do convento iam ser restaurados.

O responsável pela Cultura falava na Comissão de Educação, Ciência e Cultura, no âmbito de uma audição regimental sobre política cultural.

Jorge Barreto Xavier disse que os carrilhões do palácio-convento “estão num estado de degradação elevado” e que existiu há algum tempo uma “sinalização” do estado deste património.

“Os fundos necessários para a salvaguarda dos carrilhões atingem largos milhões de euros. Vamos usar dois milhões do Fundo de Salvaguarda do Património, mas é preciso mais”, disse, sublinhando que este restauro “é uma das prioridades” do Governo por se tratar do “maior conjunto do mundo” de carrilhões.

Os carrilhões de Mafra constituem um conjunto único no mundo de 120 sinos em bronze, sendo o maior do século XVIII que chegou aos dias de hoje, realçou a Europa Nostra.

Na lista inicial dos onze monumentos pré-selecionados pela Europa Nostra para o programa “Os 7 Sítios mais Ameaçados”, anunciada em março passado, além dos carrilhões do Palácio-Convento de Mafra, figurava o Paço de Vilar de Perdizes, em Trás-os-Montes.

Também no ano passado o Convento de Jesus, em Setúbal, foi classificado entre os sete monumentos mais ameaçados da Europa.

Publicado na RTP a 04 de maio de 2014

Portugal recebe mais de 40 nomeações para os “óscares” do turismo europeu

Lisboa, TAP, Madeira, Algarve e hotelaria de luxo lideram nomeações lusas aos World Travel Awards europeus. Votação online decorre até 23 de Junho

ng2627831

Em 2013, Portugal saía da final europeia dos World Travel Awards com nove galardões. Uma chuva de prémios que incluiu a declaração de Portugal como líder no golfe, do Algarve como melhor destino de praias, da Madeira como melhor destino insular ou de Lisboa como a melhor cidade europeia para escapadelas urbanas.

Agora, entre mais de quatro dezenas de nomeações, Lisboa volta a estar em grande nas “eleições” destes chamados “óscares” do turismo. Só a capital portuguesa compete em cinco categorias: é candidata a melhor destino global europeu mas também a melhor destino de “city breaks” e de cruzeiros, além de estar também nomeada pelo porto de cruzeiros e aeroporto.

Além de Lisboa, na lista revelada esta semana, destacam-se novamente o Algarve, que repete a nomeação para melhor destino europeu de praias, e a Madeira, outra vez candidata a melhor destino insular. Sublinhe-se, a propósito, que a hotelaria destas duas regiões domina quase por completo a lista de estrelas portuguesas.

O destaque vai ainda para o Turismo de Portugal, potencial melhor organismo oficial de turismo do continente, para a TAP, que volta a ser nomeada para melhor companhia aérea e melhor classe executiva, e para a Douro Azul, este ano candidata a melhor companhia de cruzeiros fluviais.

Pela hotelaria, há uma verdadeira constelação de luxo: dos algarvios Vila Joya (habituado a conquistar sucessivamente o “óscar” de melhor boutique hotel ou resort) ou Conrad Algarve (que é candidato a cinco prémios, de melhor hotel e resort a hotel de luxo, “spa resort” ou dono da melhor suite), aos madeirenses Choupana Hills (nomeado para melhor boutique hotel, “boutique resort” ou “resort” insular) e Pestana Carlton (único candidato luso a melhor hotel de luxo da Europa). Ainda pelo Algarve, destacam-se o Martinhal de Sagres (melhor hotel para famílias, melhor villa resort) ou o Pine Cliffs e Sheraton (melhor hotel de residências, melhor resort).

Por Lisboa, seguem o Epic SANA (melhor hotel de conferências, para turismo de negócios ou melhor “resort” de luxo), o Altis Belém (design hotel), Bairro Alto Hotel (“boutique hotel”) ou o Inspira Santa Marta (hotel ecológico).

De sublinhar ainda a única entrada açoriana: o Terra Nostra Garden está nomeado este ano para melhor boutique hotel, de resto a mais portuguesa das categorias destes prémios (em 12 nomeados, cinco estão em Portugal).

Além destas nomeações a nível continental, há ainda categorias nacionais (nove, no caso de Portugal) e regionais. Curiosamente, talvez por uma questão mais cultural que geográfica, há três nomeações portuguesas para os WTA Mediterrâneo: as honras são para a Quinta da Casa Branca, Hotel Quinta do Lago e para o Penha Longa.

Os WTA existem desde 1993 e são considerados dos mais importantes prémios da indústria do Turismo votados por público e profissionais. Dividem-se por dez regiões mundiais, cada uma com direito a uma gala, culminando numa grande festa anual onde são entregues os “óscares” aos melhores do mundo. Este ano, a gala europeia está marcada para 2 de Agosto em Atenas, Grécia. Já a gala mundial ainda não tem data nem local confirmados mas deverá realizar-se no final do ano. Em 2013, Portugal conseguia cinco “óscares” a nível mundial: foi declarado o melhor destino de golfe do mundo e recebeu ainda troféus para a Parques de Sintra e para os hotéis Conrad, The Vine e Vila Joya.

A votação online nos WTA Europa abriu a 14 de Abril e decorre até 23 de Junho. Qualquer pessoa poderá votar (basta um registo), sendo que o voto dos profissionais registados vale por dois.

Portugal conta ainda com nomeações noutra competição paralela, a dos “óscares” da tecnologia turística, mas a lista de nomeados ainda não está fechada, sendo que a votação online só começa a 14 de Julho. Para já, sabe-se que a TAP está nomeada para melhor site de companhia aérea e o VisitPortugal.com para melhor site de turismo oficial.

Publicado no P3 a 16 de abril de 2014

Cientista português está a criar robô para explorar Marte

A próxima missão de procura de vida em Marte, que terá um robô europeu a andar pelo planeta de poeiras avermelhadas a partir de 2019, já rola aqui na Terra — nomeadamente por cima de 300 toneladas de areia, a meia centena de quilómetros a norte de Londres. É lá que um grupo de cientistas, chefiados pelo engenheiro aeroespacial português Nuno Silva, construiu um terreno para testes que imita a areia e as rochas no solo marciano.

NunoMarte

A próxima missão de procura de vida em Marte, que terá um robô europeu a andar pelo planeta de poeiras avermelhadas a partir de 2019, já rola aqui na Terra — nomeadamente por cima de 300 toneladas de areia, a meia centena de quilómetros a norte de Londres. É lá que um grupo de cientistas, chefiados pelo engenheiro aeroespacial português Nuno Silva, construiu um terreno para testes que imita a areia e as rochas no solo marciano.

Este Terreno de Marte, como se chama, de 30 metros de comprimento por 13 de largura, inaugurado em Março nas instalações da empresa Airbus Defence and Space, em Stevenage, está a ser percorrido por três protótipos do futuro robô europeu: os veículos Bridget, Bruno e Bryan. O objectivo é não deixar nada ao acaso na futura missão a Marte: a ExoMars, uma viagem conjunta entre a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Roscosmos, a agência espacial da Rússia, e que está estimada em 1200 milhões de euros.

Nem a Europa nem a Rússia alguma vez chegaram com sucesso à superfície de Marte, ou não fosse este planeta um cemitério de sondas (uma das razões deve-se à sua atmosfera pouco densa, pelo que a resistência do ar que ajuda a travar a velocidade das sondas é menor).

O Beagle 2, um módulo britânico levado à boleia pela sonda Mars Express, da ESA, estatelou-se lá em baixo em 2003. E o mesmo aconteceu às tentativas da ex-União Soviética, que até foi o primeiro país a tentar pôr uma sonda em solo marciano, a Mars 2, em 1971. Só que se despenhou. Apenas os Estados Unidos, a começar com as duas sondas Viking em 1976 e a acabar com o robô Curiosity em 2012, foram bem sucedidos.

Composta por duas partes, a ExoMars começará com o lançamento em 2016 de uma sonda que se manterá em órbita de Marte, servindo para estabelecer as comunicações entre a Terra e os aparelhos que a missão enviará para a superfície do planeta, em 2016 e 2019. Essa sonda, a Trace Gas Orbiter, também servirá para estudar os gases na atmosfera do planeta, como o metano, que pode ter origem biológica. Por último, a sonda transportará um módulo de demonstração – o Schiaparelli – que irá até ao solo marciano, ainda em 2016. “Será um módulo de aterragem pequeno e terá alguns equipamentos científicos, que durarão cerca de dois dias. O objectivo é mais político: a Europa quer demonstrar que sabe aterrar em Marte”, diz Nuno Silva.

Em 2018, avançará a segunda parte da ExoMars, com o lançamento do módulo de aterragem que levará o robô (de seis rodas) para Marte, e que lá chegará Janeiro de 2019. O desenvolvimento deste módulo está agora a cargo da Rússia, substituindo os Estados Unidos nesta parte da missão. “Os russos também querem demonstrar que sabem aterrar em Marte. Até agora não conseguiram.”

É de dentro do módulo de aterragem russo que depois sairá por umas rampas o rover da Europa, o elemento principal da ExoMars. Sozinho, de forma autónoma, será capaz de percorrer até 100 metros por dia e funcionará a energia solar. Os segredos que Marte guarda sobre a vida no planeta estarão à sua espera. Chegou mesmo a existir? Ou ainda existe?

Nuno Silva, de 35 anos, é responsável pela equipa de oito investigadores que desenvolve a navegação autónoma do robô na Airbus Defence and Space, desde o software até ao equipamento, incluindo as suas câmaras de navegação e localização, e explica a razão de ser do terreno marciano aqui na Terra. “Estamos a desenvolver o piloto-automático do rover. Isso permitirá que seja comandado desde a Terra. Em Marte, ele fará tudo sozinho, evitando obstáculos. Para testar isso, temos um simulador. Mas os simuladores não estão completamente isentos de riscos: pode haver coisas que não estamos a modelizar e que são importantes, e algumas são bastante difíceis de modelizar.”

É pois para isto que estão agora a servir a Bridget, o Bruno e o Bryan, já usados antes como modelos de locomoção do futuro robô. Tanto quanto sabe Nuno Silva, o terreno marciano onde andam é o maior espaço coberto na Europa para testar rovers, robôs com rodas. A experiência tinha de ser sem chuva, porque em Marte não chove. “Com solo molhado, os testes são inválidos”, esclarece. A sua equipa é que decidiu as características do terreno, que custou cerca de 500 mil euros.

Depois de ter estudado Engenharia Aeroespacial no Instituto Superior Técnico, o programa Erasmus levou em 2000 Nuno Silva a Toulouse (França), até à Escola Nacional Superior de Aeronáutica e do Espaço, seguindo-se um estágio em 2001 na Airbus Defence and Space na zona de Paris, onde continuou até ao final de 2007 (trabalhou no foguetão Ariane 5 e no Veículo Automático de Transferência, o cargueiro que abastece a Estação Espacial Internacional). No início de 2008 foi para Stevenage desenvolver a navegação autónoma do robô da ExoMars, máquina cuja construção está a cargo da Airbus Defence and Space (por uma equipa de 80 pessoas), enquanto a empresa Thales Alenia Spazio é a responsável geral do projecto ExoMars para a ESA, incluindo os instrumentos científicos.

Utilizada na construção civil, em particular em campos de ténis, a areia do Terreno de Marte foi escolhida com todo o cuidado. “Temos de ter uma areia que na Terra, com a gravidade da Terra, se comporte como uma areia de Marte com a gravidade de Marte”, explica o investigador, dizendo ainda que a gravidade da Terra é três vezes superior à de Marte. Por esta razão, a areia no nosso planeta está três vezes mais comprimida, o que influencia o comportamento do rover.

“A areia tem aproximadamente o mesmo tipo de grãos que existe em Marte: o diâmetro é o mesmo e a composição química é parecida. Os grãos de areia dão a mesma tracção do que os grãos de areia dão em Marte. E o mais importante para nós: a cor é a mesma.”

Para planear um caminho do robô e descobrir qual é a sua posição e orientação em Marte, os cientistas vão utilizar câmaras destinadas a captar o ambiente visual. “O rover usa imagens para fazer estas duas funções – planear um caminho e descobrir a posição e orientação –, por isso o que vê tem de ser muito parecido com o que se vê em Marte. A cor faz parte disso.”

Outro aspecto relevante no desenvolvimento do sistema de navegação autónoma do robô são as rochas que pode encontrar pelo caminho e a sua capacidade de subir as mais pequenas, até 25 centímetros de altura, e de evitar as maiores. “O rover é capaz de subir as rochas mais pequenas e evitar automaticamente as que não consegue subir, para não se danificar.” A inclinação do terreno também é importante: “Se for muito inclinado, o rovernão o consegue subir e poderá ficar enterrado na areia”, explica Nuno Silva.

Publicado no P3 a 05 de maio de 2014

Bruxelas desbloqueia 1355 milhões de euros para a Ucrânia

A provar o compromisso da União Europeia (UE) em apoiar política e economicamente a Ucrânia, Bruxelas foi palco, esta terça-feira, da assinatura de acordos que vão permitir transferir em breve 1355 milhões de euros para o governo interino de Kiev.

ng2912357

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse que a verba vai “ajudar o governo ucraniano a enfrentar as necessidades de estabilização económica a curto prazo e a implementar reformas que promovam um desenvolvimento social e económico inclusivo”.

José Manuel Barroso acrescentou que a UE continua disponível para negociar com a Rússia a resolução da crise, que já levou à anexação da Crimeia e a referendos separatistas em duas outras províncias ucranianas.

Mas o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, realçou que “o senhor presidente diz que é preciso envolver a Rússia – e partilhamos totalmente da sua opinião -, mas parece que a Rússia já está muito envolvida no apoio a manifestantes e terroristas pró-russos. A Rússia não vai conseguir transformar a Ucrânia num Estado falhado!”

A correspondente da euronews em Bruxelas, Natalia Richardson-Vikulina, acrescenta que “a liderança da Ucrânia discutiu ainda com a Comissão Europeia o problema do fornecimento de gás, que também envolve a Rússia. O tema será abordado de novo numa reunião ministerial com as três partes a 16 de maio, em Atenas”.

Publicado na Euronews a 13 de maio de 2014