Arquivo mensal: Março 2017

Igualdade de género criaria milhões de empregos na Europa 

Estudo indica que emprego daria salto substancial se as mulheres oportunidades iguais nas áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Fotografia: Direitos reservados

Se a União Europeia investir na igualdade de género, pode criar até 10,5 milhões de novos empregos e gerar um aumento de quase 10% do PIB por pessoa, revela um estudo europeu. O estudo, a que a Lusa teve acesso, é da responsabilidade do Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE, na sigla em inglês), e vem mostrar os benefícios económicos da igualdade de género na União Europeia.

O EIGE demonstra que uma maior igualdade de género na Europa teria fortes e positivos impactos no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ao longo do tempo, ao mesmo tempo que traria taxas de emprego e de produtividade mais elevadas e poderia responder aos desafios do envelhecimento da população. Especificamente no que diz respeito à criação de postos de trabalho, o EIGE defende que a taxa de emprego sentiria um salto “substancial” se as mulheres tivessem igualdade de oportunidade nas áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática. “Isto conduziria a um crescimento da taxa de emprego da União Europeia de entre 0,5 pontos percentuais (pp) e 0,8pp até 2030 e de entre 2,1pp e 3,5pp até 2050”, o que conduziria a uma taxa de emprego de quase 80% em 2050, no caso de mudanças substanciais.

Acrescenta o EIGE que uma evolução deste nível iria contribuir para aumentar os salários e reduzir o fosso salarial entre homens e mulheres. Reduzindo o fosso salarial, seria possível atrair mais mulheres para o mercado de trabalho, acredita o EIGE.

Adaptação de notícia publicada no Dinheiro Vivo a 8 de março

Jovens têm dificuldades no mercado de trabalho

O desemprego jovem é um dos grandes desafios que se colocam ao futuro da Europa. Muito se fala deste problema e muito dinheiro está a ser investido nele. O Real Economy passou por Portugal, com escalas em Lisboa e Porto, e também pela Irlanda, para observar este problema. Em ambos os países, os números do desemprego jovem caíram, mas ainda se mantém altos.

Os discursos, as políticas e o dinheiro investido sucedem-se, mas estará de facto todo este investimento a ter reflexo positivo? Em Portugal, 13,3 por cento da população ativa não tem emprego, dos quais 33,6 por cento são jovens. De facto, a situação não é tão má como em Espanha, mas ainda é uma das piores da Europa. Como é que Portugal esta a lidar com o problema e que faz falta para melhorar a situação dos jovens portugueses?

“Desde o início da crise, o número de jovens que deixaram Portugal em busca de trabalho no estrangeiro é já equivalente à população da segunda maior cidade do país, o Porto”, refere o enviado especial de Real Economy à capital “alfacinha”, apontando para mais de 200 mil emigrantes portugueses entre os 20 e os 40 anos, “muitos deles com um elevado currículo académico”. Esta questão do alto nível de instrução não, porém, um exclusivo português: “41 por centos dos emigrantes europeus possui formação universitária”, sublinha.

Adaptação de notícia publicada na Euronews a 10 de março

Portugal é dos países europeus com mais chumbos nas escolas

Portugal é ainda o país onde as retenções acontecem de forma mais precoce, segundo um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Apenas 14%  dos alunos que chumbam num ano lectivo tem sucesso escolar no seguinte, conclui um estudo promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.  As conclusões do estudo, divulgadas pela TSF, provam que o chumbo dos alunos conduz a uma espécie de ciclo vicioso de insucesso escolar.

“Portugal é um dos países da Europa em que mais se chumba. Destaca-se também pela retenção precoce . É um dos países onde mais se chumba até ao 6º ano”, sintetizou à TSF Mónica Vieira, coordenadora de conteúdos da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Os responsáveis por esta investigação pretendiam perceber qual é o efeito de um chumbo e se contribui para aumentar a exigência e, consequentemente, os resultados do aluno, ou se, pelo contrário, apenas os agrava.

”Chumbar não está, de facto, associado a um ganho de aprendizagem, aliás, isto é uma característica que não é só de Portugal. Os dados do estudo o que apontam é que todos os alunos que tiveram um passado de retenção têm, em média, um pior resultado”, explicou Mónica Vieira.

Adaptação de notícia publicada no TSF a 23 de janeiro

Hawking avisa que progresso tecnológico pode ser “autogolo” para a Humanidade

O cientista alerta para o facto de um “desastre para o planeta Terra” ser “quase certo nos próximos mil ou dez mil anos” e aponta as colónias no espaço como a possibilidade de sobrevivência do Homem.

Stephen Hawking alertou para os riscos que a Humanidade tem fabricado para si mesma e para o seu futuro afirmando que o progresso tecnológico e científico criará “várias formas de as coisas puderem correr mal” e pode mesmo significar um “autogolo” da Humanidade contra si própria.

Enumerando a guerra nuclear, o aquecimento global ou vírus geneticamente modificados, que acrescem aos perigos da Inteligência Artificial já anteriormente apontados por Hawking, o físico avisou que “um desastre para o planeta Terra” é “quase certo nos próximos mil ou dez mil anos”.

A sobrevivência da espécie humana residirá, então, na criação de colónias no espaço. “Contudo, não estabeleceremos colónias autossuficientes no espaço pelo menos durante os próximos cem anos, por isso temos de ser bastante cuidadosos neste período”.

Adaptação de notícia publicada no Diário de Notícias a 19 de janeiro

Desigualdades entre os sexos ainda são realidade

Em dezembro de 1977, a ONU decretou o Dia da Mulher. Em 1976, a Constituição Portuguesa consignou a igualdade na lei.

Em 2017, 11 anos depois das quotas na política, o governo fez avançar as quotas nas administrações das empresas. Há quem ache que isso diminui as mulheres e quem lembre que ao ritmo atual levará quase dois séculos para que se chegue à igualdade no mercado de trabalho.

As mulheres merecem ganhar pior porque são mais pequenas, mais fracas e menos inteligentes. A frase, de um eurodeputado polaco, foi repetida em tom de escândalo pelo mundo fora. Certo: é uma frase escandalosa. Pelo menos para quem acredite que mulheres e homens valem o mesmo – que é o que as constituições dos países civilizados estatuem e o que, acredita-se, as pessoas civilizadas defendem. Mas, se assim é, porque é que, mesmo nos países ditos civilizados como Portugal é suposto ser, as mulheres ganham genericamente quase 25% menos do que os homens – e ganham menos mesmo quando têm a mesma idade e formação e experiência – e estão sub-representadas nos cargos de poder? Porquê, se as mulheres estão em maioria nas universidades (são 60% em Portugal), se há mais doutoradas do que doutorados, se em termos de formação académica dão cartas? O que é que se passa? O que é que falha?

Eles são educados para o espaço público, elas para o privado. Elas são oneradas, como por decreto divino, com o cuidado dos filhos e o trabalho doméstico. Uma carga que justifica em grande parte a diferença salarial, como concluiu um estudo recente de uma economista dinamarquesa: as mulheres com filhos têm mesmo menor produtividade, algo que não se passa, pelo contrário, com os homens com filhos. E as mulheres sem filhos, cuja produtividade não é inferior à dos homens, são prejudicadas pelo preconceito contra as mulheres.

Por outro lado, as expectativas que se projetam nas crianças desde muito cedo, desde os brinquedos que lhes oferecem às atitudes que se estimulam e se castigam, e continuam a projetar-se nas pessoas ao longo da vida, moldam sonhos e ambições. Numa famosa palestra sobre desigualdade, a única mulher administradora do Facebook, Sheryl Sandberg, conta como ao receber a delegação de uma empresa, composta por homens e mulheres, eles se sentaram na mesa principal e elas escolheram cadeiras na retaguarda. “Temos de nos sentar à mesa”, concluiu Sandberg, que tem 47 anos e foi eleita para o conselho de administração do FB em 2012. “É só assim que chegamos lá.”

Adaptação de notícia publicada no Diário de Notícias a 8 de março

Jogam futebol, têm sucesso e sentem que hoje são mais respeitadas

Futebol no feminino. Fizeram história ao conseguir o apuramento para o Europeu. Muitas são profissionais, outras trabalham e estudam.

São quase todas profissionais, muitas atuam em grandes clubes no estrangeiro e já fizeram história, ao apurarem a seleção feminina de futebol pela primeira vez para um Europeu da modalidade, um marco que pode ter contribuído para que as pessoas olhem para elas de outra maneira.

As nossas atletas não se sentem discriminadas por jogarem à bola. “Nunca senti isso. Comecei a jogar com os meus irmãos, que me incentivaram, depois com amigos. Era a menina da equipa, mas nada de depreciativo. É verdade que cheguei a ouvir nos primeiros tempos um “vai para casa”, mas hoje é raro isso acontecer. E também há insultos no futebol masculino”, sublinha Matilde, enquanto Patrícia Morais, guarda-redes de 24 anos do Sporting, diz que “cada vez se fala mais no futebol feminino”. “É um sinal de crescimento, que nos deixa a todas orgulhosas”, diz ao DN. (…) Por cá também há atletas que fazem exclusivamente do futebol o seu modo de vida, como Patrícia Morais e Ana Borges, agora no Sporting, depois de terem jogado em França e em Inglaterra.

Num mundo cada vez mais profissional, sobretudo se tivermos em conta a realidade das jogadoras chamadas para a Algarve Cup – que será a base para o Europeu -, também existem exceções. Matilde Fidalgo está a poucos meses de completar o mestrado em Engenharia de Energia e do Ambiente, Jamila Martins trabalha num restaurante e Patrícia Gouveia num banco. As duas últimas não integraram a convocatória para a prova no Algarve, que hoje termina, mas são ambas internacionais. Patrícia está grávida de 24 semanas, vai ter uma menina, mas já disse que pretende voltar ao futebol.

Patrícia Morais também coloca o futebol em primeiro lugar e já pensa daqui a uns anos ser treinadora de guarda-redes, embora pisque o olho, de quando em vez, aos estudos de Marketing entretanto interrompidos. Diferente é a posição da engenheira Matilde Fidalgo, que, mesmo sem descurar seguir a via profissional no futebol, coloca os estudos em primeiro lugar.

Adaptação de notícia publicada no Diário de Notícias a 8 de março

EUA: “Trumpcare” não convence todos os republicanos

Depois do Obamacare, agora o Trumpcare. Nos Estados Unidos, os republicanos apresentaram um projeto-lei para revogar a Lei de Cuidados de Saúde Acessíveis, mais conhecido como Obamacare. O novo programa, que já conta com a recusa de pelo menos quatro senadores do partido, prevê cortes no investimento do governo no setor da saúde e que pode deixar milhões de norte-americanos sem acesso a seguros de saúde.

“Uma das razões pelas quais fui eleito foi para anular e substituir o “Obamacare”. Há muitas pessoas que acreditam que é uma mudança fundamental, muito importante. Por isso, vamos fazê-lo”, garantiu o presidente norte-americano, Donald Trump.

O novo programa prevê a eliminação do chamado mandato individual, que exige que todos os cidadãos norte-americanos estejam cobertos por algum tipo de convenção sob pena de pagarem multa e vai também permitir que as agências de seguros privadas cobrem até cinco vezes mais pelas apólices aos mais velhos em comparação com clientes mais novos.

Paul Ryan, porta-voz da maioria republicana na Câmara dos Representantes, explicou que “este projeto de lei, a “Lei de Cuidados de Saúde Americana”, mantém a promessa de anular e substituir o Obamacare. Ou seja, haverá mais opções e concorrência de forma a que cada um possa comprar o plano que precisa e que pode pagar”.

Já do lado dos democratas as críticas a este novo programa são muitas. “O Trumpcare força milhões de americanos a pagarem mais por menos cuidados de saúde”, acusou esta segunda-feira o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer.

Adaptada de notícia publicada na Euronews a 8 de março

China propõe suspensão do programa nuclear norte-coreano

A China é o principal aliado da Coreia do Norte, mas a insistência de Pyongyang em desenvolver um programa nuclear e de mísseis balísticos resultou num afastamento.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, sugeriu a suspensão do programa nuclear da Coreia do Norte e, ao mesmo tempo, das manobras militares dos Estados Unidos na Coreia do Sul, para “amortecer a crise” na Península.

Usando uma metáfora, Wang Yi falou numa “colisão” na Coreia entre “dois comboios que aceleram um contra o outro sem que nenhum dos dois queira ceder a passagem”.

“A nossa prioridade atual é acender a luz vermelha e travar ambas as partes”, afirmou Wang Yi durante uma conferência de imprensa em Pequim.

A suspensão recíproca de ensaios militares “pode ajudar-nos” a reduzir a tensão e “devolver as partes à mesa de negociações”, com vista a solucionar a questão de fundo do programa nuclear norte-coreano, acrescentou Wang.

A China é o principal aliado da Coreia do Norte, mas a insistência de Pyongyang em desenvolver um programa nuclear e de mísseis balísticos resultou num afastamento de Pequim.

A China suspendeu todas as importações de carvão do país vizinho até ao final do ano, uma importante fonte de divisas estrangeiras para Pyongyang.

Em troca, a China quer que Washington recomece as negociações com a Coreia do Norte, visando aliviar a tensão regional.

Adaptação de notícia publicada no Diário de Notícias a 8 de março

Hungria: ONU denuncia estabelecimento de detenção sistemática de refugiados

O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados diz que a Hungria está a “violar as obrigações a respeito do direito internacional e das normas da União Europeia”.

A reação das Nações Unidas surge depois do parlamento húngaro ter votado o restabelecimento da detenção sistemática, em campos junto à fronteira, de todos os migrantes que entram no país, uma medida que tinha sido abolida em 2013 sob pressão da União Europeia e da ONU.

A porta-voz da agência das Nações Unidas para os Refugiados, Cecile Pouilly, afirma que “na prática, significa que cada requerente de asilo, incluíndo crianças, será detido em contentores cercados de arame farpado, na fronteira, por longos períodos de tempo, com um impacto físico e psicológico terrível para mulheres, crianças e homens que já sofreram bastante”.

Numa cerimónia de entrada em funções de 462 novos guardas-fronteiriços, o primeiro-ministro húngaro defendeu a medida, afirmando que o país está “em estado de sítio”.

Viktor Orban disse que “a crise migratória vai durar até que sejam tratadas as raízes do problema. Vai durar até que seja reconhecido, por todos os lados, que a migração é o cavalo de Tróia do terrorismo”.

A Hungria ergueu em 2015 uma enorme barreira para parar os migrantes nas fronteiras com a Sérvia e a Croácia, depois de ter sido um dos principais países de trânsito dos refugiados que tentavam chegar à Europa Ocidental e, desde então, não tem parado de endurecer a legislação a respeito da imigração.

Adaptação de notícia publicada na Euronews a 8 de março

União Europeia aprovou a criação de um quartel-general

A União Europeia aprovou a criação de um quartel-general para as suas operações militares no estrangeiro. Os Estados-membros podem optar por participar nas missões de forma operacional ou apenas como observadores.

No final da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, em Bruxelas, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, disse sentir-se “muito encorajada pelo facto de termos tomado decisões muito importantes. Há apenas cinco ou seis meses seria impossível imaginar esta situação”.

“Isso mostra que os decisores europeus entenderam que a segurança é uma prioridade para os cidadãos. Obviamente que o ambiente global nos convida a assumir maiores responsabilidades e a maneira de as assumir, nos domínios da defesa e da segurança, é através da União Europeia”, acrescentou Federica Mogherini.

A flexibilidade nesta política tenta acomodar os países mais reticentes quanto à ideia de um futuro exército europeu, tais como Reino Unido, que sempre foi contra o projeto, dizendo que duplica os esforços da NATO.

Mas o Brexit retirou algum do peso ao argumento e há uma maioria de países que defende maior coordenação europeia face às ameaças geopolíticas.

Adaptação de notícia publicada na Euronews a 6 de março