Denunciado roubo de cadernos de Darwin

Vinte anos depois, a Universidade de Cambridge decidiu classificar, nesta terça-feira, o desaparecimento de dois cadernos de Charles Darwin como “roubo”. Os originais desapareceram da biblioteca da universidade no ano 2000 e são procurados até hoje. Um dos cadernos contém o desenho da “árvore da vida”, que se tornou o símbolo da teoria da evolução e que agora consta da base de dados de obras roubadas da Interpol.

Um dos cadernos contém o desenho da “árvore da vida”, símbolo da teoria da evolução.  AFP PHOTO / UNIVERSITY OF CAMBRIDGE

O anúncio foi feito no dia em que se comemora o 161.º aniversário da publicação do livro de “A Origem das Espécies”, editado pela primeira vez em 24 de novembro de 1859.

Os cadernos foram retirados de uma sala da biblioteca onde são guardados os exemplares mais valiosos, para ser fotografados, em setembro de 2000. No entanto, o desaparecimento só foi detetado durante uma vistoria de rotina em janeiro de 2001. Foi nessa altura que se descobriu que a pequena caixa não estava no seu devido lugar. E assim desapareceu um pedaço de história no valor de milhões de euros.

A obra do naturalista inglês, considerado o pai da Teoria da Evolução possibilitou entender que o ser humano não estava no centro da vida e contrariar a ideia bíblica da criação divina. A tiragem com 1250 exemplares esgotou no mesmo dia, criando uma controvérsia que ultrapassou o âmbito académico.

Adaptação da notícia de DN publicada no Diário de Notícias a 24 de novembro de 2020